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Discriminação De Sexo Na Congregação Cristã No Brasil
Faz tempo que prometi uma postagem sobre as mulheres da CCB e a posição oficial da CCB primitiva sobre a possibilidade delas pregarem e tocarem, além de considerações bíblicas e históricas.
De fato, eu postei muita coisa, mas está disperso nas postagens antigas, então resolvi recolher e acrescentar mais informações sobre, como nem todos os leitores desse blog são da instituição CCB, irei começar com a bíblia e história da igreja primeiro antes de comentar como é na CCB, recebendo única contribuição dos Seekers.
Intróito
Tanto homens como mulheres fazem parte do corpo de Cristo. Se Júnia era apóstola, se as filhas de Filipe profetizavam( fora Corintíos 11 que diz para mulher cobrir a cabeça para profetizar na igreja, o que deixa claro que elas podem falar estando cobertas), se Priscila era evangelista e tantas outras, todas parte do corpo de Cristo, deixa claro que essa passagem é para ambos homens e mulheres. Para algumas Deus deu o dom de pastoras e de doutoras, seríamos ignorantes se limitássemos o operar de Deus e o manifestar do mesmo para homens apenas.
Nenhuma mulher é identificada no Novo Testamento como uma anciã ou uma bispa. Isto é a verdade, mas nem são homens identificados como tais com a exceção das designações que os anciãos Pedro e João usaram de si mesmos. (1 Pedro 5:1; 2 João 1:3; João 1:1).
À luz da relação estreita entre apóstolos e anciãos na igreja em Jerusalém (Atos 15:2,4,6,22-23; 16:4), é possível que todos os doze apóstolos originais se tornaram anciãos. E de certo, estes três auto designações precisam ser contrabalançadas com as várias referências a mulheres que se associaram com igrejas em casas e com a saudação à uma mulher achado em 2 João.
1. As Mulheres Na História da Igreja Cristã
1.1 Junia, A Apóstola Perdida
Saudai a Andrônico e a Júnias, meus parentes e companheiros de prisão, os quais são notáveis entre os apóstolos, e estavam em Cristo antes de mim (Rm 16.7).
Nas Bíblias em Inglês essas são as que usam Junias como sendo homem:
Revised standard Version (1946)
Amplified Bible (1958)
New England Bible (1961)
New American Standard Bible (1963)
Living Bible ( 1971)
New International Version (1973)
Harper Study Bible (1976)
New Jerusalem Bible (1985)
Essas são as que referem como mulher:
KING JAMES VERSION (1611)
Good News Bible (1966)
New King James Version (1979)
New Century Version (1987)
New Revised Standard Version (1989)
Harper Collins Study Bible (1993)
Oxford Study Bible (1994)
New Living Translation ( 1996)
New Interpreters Study Bible (2002)
Halman Christian Bible (2004)
Today’s New International Version (2004)
Note que as traduções mais recentes estão tendendo para mulher, devido a estudos e pesquisa no assunto.
Estudiosos do Cristianismo nos primeiros séculos confirmavam que Paulo se referia a uma mulher. Dentre esse formidável grupo de intelectuais, Chrysostom é conhecido por ter reverenciado Junia, mesmo sendo machista em grande partes de seus escritos:
“Ser um apóstolo é algo grandioso. Mas ser destacado entre os apóstolos – apenas imagine que linda honra é tal! Eles eram “destacados” tendo por base os seus trabalho e ações virtuosas. Em verdade quão grande o entendimento dessa mulher deveria ter sido para ela ter sido digna de receber o titulo de apóstola!”
Hoje em dia para alguns é fora de cogitação que Junia tenha sido mulher, entretanto não era para Chrysostom que era Grego nato e sabia as traduções gregas muito bem.
Chrysostom não era o único a confirmar que Junia era uma mulher. Comentadores como Orígenes de Alexandria (185-253) entendeu que o nome era feminino. Outros incluem Jerome (340-419), pai da Vulgata Latina que escreveu que Junia era uma mulher. (Liver Interpretationis Hebraicorum Nominum 72,15.), Hatto, Bispo de Vercelli (924-961, Theophylack (1050-1108), e Peter Abelar (1079-1142).
Razões contra o nome masculino:
-A igreja primitiva interpretava como nome feminino e a reconhecia como sendo mulher.
-É um nome Latino e jamais seria traduzido em grego para Junias.
-Junia é encontrado apenas como nome feminino na antiquidade.
1.2 A Senhora Eleita (II João, 1:1)
O presbítero à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade,
A segunda carta do Apóstolo João, uma das duas que referem a ele como um ancião, é endereçada a “senhora eleita e a seus filhos” (v.1). A palavra grega atrás da palavra em português “senhora” é “kuria”, a versão fêmea da palavra “kurios” que significa “mestre” ou “senhor”. Embora “kuria” não se acha em nenhum outro lugar no Novo Testamento, seu significado no grego do primeiro século foi definitivamente de poder e autoridade, como duma pessoa de posição. (Judy L. Brown. Women Ministers According to Scripture. Distribuido por Judy L. Brown, 3000 North Grant, Springfield, MO 65803. Impresso por Morris Publishing, 32312 E. Hwy 30, Kearney, NE 68847, 1-800-650-7888, p. 173.)
No vs. 12 o ancião revela uma relação muito amistosa com a Senhora Eleita quando diz: “Embora tenha eu muitas coisas para vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta; mas espero visitar-vos e falar face a face, para que o nosso gozo seja completo.”
No vs. 13 encontramos as palavas que fizeram os intérpretes desconfiarem de uma das suas idéias que a endereçada não foi eleita mas teve o nome de Eleita, pois acontece que ela tem uma “irmã eleita” e não é provável que duas irmãs tenham o mesmo nome. Entretanto, Judy L. Brown diz claramente:
A carta termina com os filhos de uma segunda mulher mandando suas saudações, esta segunda mulher sendo a irmã da senhora eleita.
Em nossos tempos modernos alguns dos teológos decidiram que a Senhora Eleita não foi senhora e nem eleita. Dizem que “Senhora Eleita” é uma expressão usada para uma igreja. Isso baseado no pressuposto que mulher nunca ocupou uma posição de liderança na igreja, todavia era comum mulheres com igrejas em suas casas, como diz Clemente de Alexandria:
“Ordens inumeráveis tais como estas estão escritas na Bíblia sagrada relativas às pessoas eleitas, algumas aos presbíteros, algumas aos bispos, algumas aos diáconos, outras às viúvas, das quais teremos mais uma oportunidade de falar.” (Clement of Alexandria, “The Instructor,” Book III, Chap. XII, Roberts and Donaldson, Ante-Nicene Fathers, Vol. II, p. 294.)
Seis outros livros do Novo Testamento testemunham de mulheres com igrejas nas suas casas:
1. Maria em Jerusalém, mãe de João Marcos, Atos 12:12
2. Lídia em Filipos, vendedora de púrpura, Atos 16:14-15, 40
3. Prisca e Áquila em Éfeso, Romanos 16:3-5
4. Cloé em Corinto, I Cor. 1:11
5. Áquila e Prisca em Roma, I Cor. 16:19
6. Ninfa em Colossos, Colossenses 4:15
7. Áfia e Arquepo, Filemom vs. 1-2
8. A Senhora Eleita e a sua irmã eleita na Ásia Menor, 2 João vs. 1 e 10
Conhecemos ou por nome ou por cargo muitas mulheres em várias formas de liderança na igreja na mesma área e na mesma época na Ásia Menor onde trabalhava a Senhora Eleita e o pastor (ancião) João. MacDonald diz:
Até onde podemos saber, mulheres exerceram mais liderança naquela subcontinente [Nota de CGP: da Ásia Menor] do que em qualquer outro lugar na igreja primitiva.
Se, como muitos estudiosos têm sugerido, o último capítulo de Romanos foi originalmente a carta de recomendação de Paulo a Éfeso em prol da diaconisa Febe, a igreja de Éfeso não somente foi hospedeira deste diácono feminino viajante mas teve entre seus membros uma apóstola fêmea (Junias: Rom. 16:7), várias obreiras fêmeas da igreja (Priscila, Maria, Trifena, Trifosa, e Pérside; vs. 3, 6, e 12), e outras mulheres queridas do apóstolo (a mãe de Rufo [Nota CGP: e de Paulo], a irmã de Nereu, e Júlia; vs. 13,15).
Mas mesmo se Romanos 16 não fosse escrita originalmente a Éfeso, nós ainda temos bastante evidência de mulheres na liderança na Ásia Menor. (Dennis Ronald MacDonald.
The Legend and the Apostle, The Battle for Paul in Story and Canon. Philadelphia: The Westminster Press, 1983, p. 37.)
Joan Morris escreveu “A Senhora Foi uma Bispa, A História Escondida de Mulheres com a Ordenação Clerical e a Jurisdição de Bispos” (The Lady Was a Bishop, The Hidden History of Women with Clerical Ordination and the Jurisdiction of Bishops) (New York: The Macmillan Company, London: Collier-Macmillan Limited, 1973.) justamente para mostrar que durante a história da igreja havia mulheres quase episcopais. Elas podiam fazer tudo menos abençoar a Ceia por causa da menstruação.
Em 1810, por ordem de Napoleão, bispos foram eleitos e mandados tomarem suas sés sem investidura canônica. Quando o Papa Pio VII protestou, ele foi tomado preso e guardado em Fontainebleau.
Até esta época (1813) todas as ordens religiosas estavam debaixo da regra diocesiana com bispos da escolha de Napoleão. (Morris, The Lady Was a Bishop, p. 81)
A última bispa a perder sua posição foi a Abadêssa Bernarda Ruiz Puente da Espanha em 1874 e isto não foi por causa de uma votação da igreja mas por causa da Concordata entre Pio VII e Napoleão.
Dez anos mais tarde (1873) a bula Quae Diversa de Pio IX emitida da Roma trouxe ao fim a toda jurisdição quasi-episcopal na Espanha nas ordens ambos de homens e mulheres, devido à mudança dos tempos.
Todas as instituições deveriam ser colocadas debaixo da jurisdição do bispo da diocese em que as casas estavam situadas; isto corresponde ao ponto principal da Concordata arranjada entre Pio VII e Napoleão, e que ainda estava em vigor. (Morris, The Lady Was a Bishop, pp. 96-97.)
1.3 Jezabel de Tiatira
A igreja em Tiatira deixou Jezabel pregar, ou melhor era ela quem pregava naquela igreja.
O Filho de Deus não criticou uma mulher pregar mas deu-lhe tempo para que se arrependesse de suas doutrinas, então anunciou medidas cada vez mais fortes para corrigí-la. (Apocalipse 2:18-23)
1.4 Agatonice em Pérgamo, mártir
(Martyrdom of Carpus, Papylus, and Agathonice, 42-47. Citado em Dennis Ronald MacDonald. The Legend and the Apostle, The Battle for Paul in Story and Canon. Philadelphia: The Westminster Press, 1983, p. 110.)
1.5 Quintila em Pepuza
(Epiphanius, Panarion 49, 2, citando Galátas 3:28, citado em Dennis Ronald MacDonald. The Legend and the Apostle, The Battle for Paul in Story and Canon. Philadelphia: The Westminster Press, 1983, p. 110.)
Epifânio diz que uma profetisa chamada Quintila estabeleceu uma seita em Pepusa, Frigia, em que mulheres eram “bispas, presbíteras, e o resto, como se não houvesse diferença na natureza. ‘Pois em Cristo Jesus não há macho e fêmea’.” (Dennis Ronald MacDonald. The Legend and the Apostle, The Battle for Paul in Story and Canon. Philadelphia: The Westminster Press, 1983, p. 38.)
1.6 Duas moças diaconisas na Bitínia
Na Ásia Menor mencionadas por Plínio, o Jovem (62-c.113 D.C.), que escreveu c. 112 D.C. (Betteson, Henry. Documentos da Igreja Cristã. p. 29.)
1.7 Ámias em Filadelfia
Eusebius, Ecclesiastical History, Book V, Chapter XVII, p. 199.
1.8 Maria em Cassobelae.
“Saúde também Maria milha filha, distinguida ambos por gravidade e erudição, como também “a Igreja que está na sua casa.” (Col. 4:15) Possa a minha alma estar no lugar da alma dela; ela é o próprio modelo de mulheres piedosas.” (“The Epistle of Ignatius to Hero,” Roberts and Donaldson, Ante-Nicene Fathers, Vol. I, p. 115.)
1.9 Priscilla e Maximilla em Frigia, Pregadoras Montanistas
A associação com Montano de duas pregadoras envolveu o reconhecimento que mulheres podiam ocupar posições altas na Igreja. Maximila e Priscila parecem ter feito contribuições independentes aos ensinamentos montanos (Hipp. Phil. viii. 19; cf. Did. Alex. de Trin. III. xii. 3; ZKG xxvi. 486); e elas provavelmente tiveram o hábito de pregar na igreja (Eus. HE V. xvi. 9: akaíros.). Há evidência que, pelo menos em épocas mais tarde, outras mulheres seguiram o seu exemplo.
(Orig. ap. Cramer, Cat. v. 279), ou mesmo ultrapassaram-o; pois nós lemos de uma pregadora em Capadócia no terceiro século, talvez uma montanista, que batizou e celebrou a Ceia (Firmilian, ap. Cypr. ep. lxxv.10), de mulheres bispos e sacredotes, e de virgens que regularmente oficiaram na igreja em Pepuza (Epiph. Haer. xiix. 2f.; Did. Alex. de Trin. III. xii. 3). (Hastings, Encyclopaedia of Religion and Ethics, vol. VIII, pp. 828-832.)
1.10 Alce e Távia
Mencionadas por Ignácio de Antioquia (35-107 D.C.).
Assim como as cartas de Paulo abundam em referências às suas associadas fêmeas em ministério, os Pais Apostólicos também mencionam mulheres como corajosas na fé. Duas vezes Ignácio mandou saudações a Alce, que ele diz que é especialmente estimada por ele. Ele também sauda Távia e a sua casa; talvez ela fosse mais uma líder de uma igreja na sua casa. (Kroeger, “The Neglected History of Women in the Early Church,” Christian History, p. 8.)
1.11 Tecla em Icônio, virgem mártir.
Atos 14:1-7 conta a história de Paulo e Barnabé na cidade de Icônio. Como nenhum nome de Icônio foi mencionado, Tecla não foi mencionada, entretanto ela era muita famosa na história.
Os Atos de Paulo e Tecla chegaram para nós em grego, cótico, siríaco, slávico, arábico, e quatro versões latinos independentes. Na Síria foram acrescentados aos livros de Rute, Ester, Judite, e Susana para compôr o “Livro das Mulheres”. Tão tardio como o sétimo século um oficial da igreja teve que lembrar à igreja a excluir Os Atos de Paulo e Tecla das suas escrituras.
No ano 327 E.C. (Era Comum) uma mulher com o nome de Emélia em Cesareia de Capadócia foi dito num sonho que ela teria uma filha em que ela deveria por nome Tecla, homônima “daquela Tecla cuja fama está grande entre as virgens,” provavelmente significando que a santa gozou de popularidade entre as virgens daquela área. A menina que nasceu foi de fato dada o nome de Macrina Tecla, a irmã virgem mais velha de Basílio o Grande e de Gregório de Nissa.
Seu irmão Gregório e o amigo dele Gregório de Nazianzo, ambos da Capadócia, escreveram da lendária Tecla como um modelo de virgindade e mártír. Seu jovem contemporâneo, Teodoro de Mopsuestia, em Cilícia, escreveu um discurso à ela, e Atanásio escreveu “A Vida de Sta. Tecla”.
Confirmação da popularidade contínua de Tecla entre mulheres vem de um sermão de João Crisóstomo proferido mais tarde no quarto século em que ele censura as mulheres de Constantinopla por aplaudir os sacrifícios de Tecla mas se ataviar em vestidos luxuosos. Crisóstomo mesmo foi um campeão da vida celibatária, tendo sido eremita debaixo da Regra Pacomiana durante oito anos, e patrocinador das virgens e viúvas que lá floreceram. Constantinopla tornou-se um centro para a veneração de Tecla.
Cedo no sexto século o imperador Justiniano construiu lá uma igreja em honra dela, e dentro de dois séculos duas mais igrejas eram erigidas para ela.
Mas através da Ásia Menor seu nome foi invocado sobre mosteiros e em inscrições.
Uma caixinha de cedo no sexto século, provavelmente da Anatólia, representa belamente Paulo pregando para Tecla, que escuta do muro de Icónio. Em memória da virgem muitas mulheres cristãs na Ásia Menor receberam o seu nome, entre a quais era uma mulher à qual Gregório de Nazianzo escreveu quatro cartas, e que provavelmente foi a abadessa de um convento.
Em nenhum lugar foi a Tecla mais popular do que em Selêucia de Isáuria na costa do sul da Ásia Menor, onde, segundo Os Atos de Paulo e tradição, ela fixou residência depois de deixar Paulo. Gregório de Nazianzo, que residia em Seléucia por algum tempo, a chamou “a cidade da santa e ilustre virgem Tecla”, e escreveu sobre o convento lá dedicado à ela. O altar foi colocado sobre a caverna onde a tradição diz que a terra a engoliu para impedí-la de ser maculada por médicos que eram enciumentados sobre as milagres dela de cura e que tentaram estuprá-la. Arqueologistas têm descoberto o sítio deste convento perto de uma pequena vila ao sul de Seléucia, às vezes chamado de Becili.
As vezes chamado de Becili, ou Meriamlik, ou Ayatekla (=Hagia-Thekla). Eles acharam uma grande basílica decorada ricamente — com mais do que oitenta metros de comprimento — dedicada à santa. A igreja data de 460-470 C.E., entretanto tem sinais de uma forma anterior mais simples. O grande tamanho e esplendor da estrutura testemunham à vitalidade do culto. Tecla foi uma nova Atena, e seu santuário foi um novo Partenon. Mais tarde no quinto século o imperador Zeno, nativo isauriano, edificou mais uma igreja para Tecla perto da grande basílica. Foi consideravelmente menor, porém desenhado magníficamente. Na Idade Média mais uma igreja foi edificada dentro da caverna onde Tecla alegadamente morreu.
Durante o quinto século um residente de Seléucia, talvez Bispo Basílio de Seléucia, escreveu uma obra de dois volumes entitulada “A Vida e Milagres da Sta. Tecla”. O primeiro volume é simplesmente uma paráfrase literária da história nos “Atos de Paulo e Tecla”, que até esta época já tinha circulado independentemente. O segundo volume é uma série de quarenta e seis milagres atribuidos à Tecla por cristãos na área, que nos proporciona uma janela através da qual podemos ver províncias inteiras da Ásia Menor devotas ao culto desta virgem-mártir. Além do santuário em Selêucia nós descobrimos referências a santuários à Tecla em Monte Kokision (milagre 2), em Aigai em Cilícia (milagres 9 e 39), e em Dalisandos, cujo local exato é desconhecido, mas aparentemente não ficou longe de Selêucia. Os cidadãos de Dalisandos frequentemente realizaram panegíricos em honra da virgem que atrairam multidões que subiram uma montanha para ver Tecla passar voando numa carruagem de fogo (milagre 26).
A pesquisa moderna sobre o culto da Tecla tem mostrado que o autor foi conservador na sua estimativa da aclamação de Tecla: Ela foi venerada das praias do Cáspio quase até as praias do Atlântico. No quarto século uma igreja em Antióquia da Síria foi dedicada a Tecla. Outra igreja, em Eschamiadzin, Ibéria, do quinto século tem um quadro na parede mostrando Paulo pregando a ela. No Egito arqueologistas têm achado representações de Tecla e feras em dois frascos para óleo sagrado; uma pintura “a fresco” de Paulo e Tecla na abóboda de uma capela, um baixo-relevo de marfim mostrando Tecla e Teocleia escutando Paulo das janelas da sua casa, e uma inscrição invocando a virgem-santa. Em Roma, estudiosos acharam um sarcófago embelezado por um relevo retratando Paulo e Tecla viajando juntos num barco. Jerônimo em Jerusalém, Ambrósio em Roma, e Sulpício Severo em França todos louvam Tecla como um modelo da castidade feminina. Os Atos de Xantipe e Polixena (The Acts of Xanthippe and Polyxena) é sobre mulheres na Espanha que ouvem a pregação de Paulo e deixam seus maridos para o seguir. Aqui, de novo, nós achamos referência à Tecla, como se todos os leitores soubessem quem era. (Dennis Ronald MacDonald. The Legend and the Apostle, The Battle for Paul in Story and Canon) (Philadelphia: The Westminster Press, 1983, pp. 90-95.)
1.12 Dez diaconisas
Conhecidas por dedicatórias na Ásia Menor: Nunes, Strateges, Pribu, e Matrona, em Axilor (Frigia Leste); diaconisas Masa, Aurélia Faustina, e Paula, na Laodicéia Combusta (Cilícia); Eláfia, diaconisa da seita Encratite em Nevine; Timótea, em Korikos na Cilícia; e Arete, na Afrodisias na Cária. (Gryson, The Ministry of Women in the Early Church, pp. 90-91.)
1.13 Mariamne em Frigia, irmã de Filipe, o Apóstolo.
Hipólito disse que os Nassenes ou Ofites em Frígia disseram ter recebido as suas doutrinas de Mariamne, a irmã de Filipe, o apóstolo. (Dennis Ronald MacDonald. The Legend and the Apostle, The Battle for Paul in Story and Canon. Philadelphia: The Westminster Press, 1983, p. 39)
1.14 Febe, Diaconisa de Cencréia
Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia. (Romanos 16:1)
Em grego, língua na qual o Novo Testamento foi escrito:
1. sunisthmi de umin foibhn thn adelfhn hmwn ousan [kai] diakonon thV ekklhsiaV thV en kegcreaiV
ou outra versão:
1. Sunistw de eiV esaV Foibhn thn adelfhn hmwn, htiV einai diakonoV thV ekklhsiaV thV en KegcreaiV,
Ou seja DIAKOVOC (“aquele ou aquela que serve”, “servinte” ou “servo”).
Quando dizem as responsabilidades dos diáconos em 1 Timóteo 3:8 a mesma palavra é utilizada:
Oi diakonoi wsautwV prepei na hnai semnoi, ouci diglwssoi, ouci dedomenoi eiV oinon polun, ouci aiscrokerdeiV.
2. Onde As Mulheres Tocam
EUA, Canadá, México, Chile, Argentina, El Salvador, Uruguay, Paraguay, Portugal, Israel, Itália, Bolívia, Peru e no Brasil as irmãs tocam em Guajará-Mirim em Rondônia e também há irmãs tocando em Santa Catarina.
3. A Posição Oficial Da CCB Primitiva
Como vemos na imagem abaixo, a primeira orquestra da CCB aceitava mulheres tocando, inclusive há um violão.
Sobre mulheres pregarem:
“36 – REUNIÕES GERAIS DE COOPERADORES DE CULTOS DE JOVENS E MENORES
No tópico 24 do resumo de ensinamentos de 1971 consta claramente o modo de proceder no sentido de se realizarem essas reuniões. Os cooperadores de jovens e menores não tomem atitude alguma, nem apresentem o que aprenderam nessas reuniões regionais sem primeiro levar ao conhecimento do ancião ou cooperador local, para que estes se inteirem de tudo. Quanto às irmãs auxiliares, tem liberdade para exortar a palavra nas reuniões para jovens e menores. Desde o princípio o Senhor tem se usado delas. Deixemos o dom de Deus operar.”
Temos cinco cooperadoras no Brasil atualmente, mas para não constrangê-las, os Seekersnão irão divulgar a lista com seus nomes e localizações como eu havia prometido certa vez em um comentário nesse blog.
Segundo Leonardo Alves:
A CC já foi mais inclusiva, até um pesquisador da igreja na Sicília, Dr. Cucchiari, notou que na ilha onde o movimento feminista inexiste, a igualdade e avanço feminino foi conquistado pela nossa igreja. A 1° secretária-geral da igreja nos USA era uma irmã. Sem contar as inúmeras cooperadoras. Mas não sei o que se passa com o Brasil, onde até pararam de chamar as irmãs da obra Pia de diaconisas.
A irmã secretária se chamava Catarina Palma.
4. Conclusão
A CCB tem se tornado herética ao se distanciar dos padrões das outras igrejas pelo mundo, causando diversos constrangimentos quando irmãs de fora vem tocar aqui. Também é de se afirmar o distanciamento da CCB atual da CCB primitiva.
Cabe lembrar que não há um único argumento racional contra isso, os que existem deveriam ser usados para parar de formar irmãos músicos.
Infelizmente, muitas irmãs Gabrielas (Eu nasci assim, vou morrer assim) se conformam com essa discriminação por ser mais cômodo e confortável.
Essas informações são preciosas, foram adquiridas e transmitidas sob muita dificuldade, dêem valor à elas e não usem para rebelião, usem o poder do convencimento, e se nem isso adiantar, é hora de uma revolução pacífica aos moldes dos que combateram o apartheid.
out10r Charles Fernando Responder para: Guilherme
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